16 de novembro de 2011

É isso que eu sempre quis.

Quando eu era solteira achava que um dia ia encontrar o tal cara certo. E que o cara certo ia me fazer feliz. E que a gente ia viver feliz pra sempre. Uma vida Doriana. Com sorrisos, abraços, beijos, viagens e sexo quente. Achava que bastava encontrar o homem dos meus sonhos que tudo estaria resolvido em um passe de mágica. Me enganei.

Quando deixei de ser solteira percebi que me transformei em alguém muito mais feliz. Mas continuo tendo crise existencial, continuo com meus defeitos, continuo com minhas linhas tortas. É claro que melhorei, mas não me curei dos meus males. Ter alguém não resolve tudo. Encontrar o amor da vida não é garantia de ser 100% feliz. Existe o dia a dia, existe a rotina, existe a pasta de dente na pia, existe o tênis no meio do quarto, existe o seu jeito e o jeito dele. Não dá pra esquecer que você e ele foram criados de maneira diferente e, por isso, têm valores, visões e comportamentos diferentes. Não dá pra esquecer que, por mais que combinem e formem um casal próspero e feliz, existem dias ruins, existe briga, batida de porta, problemas, discussão. Cada um tem uma visão sobre a vida e o relacionamento. Cada um tem um gênio. 

As pessoas têm necessidades diferentes. E a intimidade faz com que as coisas se tornem mais fáceis e mais difíceis. Por que digo isso? No começo, tudo é sedução e encantamento. Você mastiga de boca fechada, não senta de perna aberta, não arrota, não solta pum, está sempre linda, cheirosa e gostosa. No começo, você acorda antes dele, vai correndo escovar os dentes pra dar o beijo de bom dia. Depois que você casa, continua linda, gostosa e cheirosa. Mas. Mas você e ele acordam com bafo matinal, se abraçam, dão um selinho. Você fica mais à vontade e mais confortável em ser quem é, por isso não quer morrer quando sem querer solta um pum. Antes, ficava vermelha e queria morrer. Agora vocês dois dão uma risada. A intimidade pressupõe a falta de nojo. Porque o outro é gente. E gente tem partes sujas. Imundas. Nojentas. Amar é não ter nojo. É claro que existe o respeito. É claro que existe o bom senso. Não dá pra exagerar. Mas também não dá pra exagerar no photoshop. Ninguém é lindo e legal todo o tempo. Isso não existe. Aliás, existe: na televisão, no cinema, no teatro. Mas acho que você, assim como eu, gosta de relacionamentos reais. O meu relacionamento não é perfeito, nem tem fogos de artifício a cada beijo. Mas ele é real e me faz bem. E é isso que vale, que importa. É isso que eu sempre quis.

Nenhum comentário: